RP: a última paragem?
- Francisca Teodósio
- 30 de mar. de 2022
- 5 min de leitura
Atualizado: 31 de mai. de 2022
O que são as Relações Públicas do ponto de vista menos público? E porque é que quero seguir este caminho, se é que será essa a minha última paragem?
Teoricamente (palavra que acredito que vos leve logo a querer passar este parágrafo à frente), as Relações Públicas surgem no século XVIII, nos EUA, durante o período da revolução americana para a implementação da independência. Em Portugal, a primeira agência de Relações Públicas surge em 1976. Três anos depois, são oficialmente definidas como profissão.
Mas adiante… não vos prometi lições de história, até porque a história nunca foi o meu forte; prometi-vos sim o meu olhar sobre temas que podem ser vistos de muitas formas diferentes, um olhar mais claro sobre tudo. Aqui, o foco será então saber como é que as Relações Públicas surgem na minha vida e o que são, afinal, de um ponto de vista menos público.
Prometi-vos sim o meu olhar sobre temas que podem ser vistos de muitas formas diferentes, um olhar mais claro sobre tudo.
Como é que as Relações Públicas entram na minha vida?
As Relações Públicas surgem na minha vida, originalmente, em setembro de 2020, quando soube o resultado das colocações no Ensino Superior. Abri o email a medo, com um olho meio fechado e o outro aberto, mas também sem a vontade e coragem suficientes para olhar; quando finalmente fui capaz de olhar, ambos brilharam (mas não de felicidade. Curiosamente, algo que continua a acontecer de vez em quando, mesmo dois anos depois de ter entrado). No entanto, esta não é uma história que não conheçam já, se tiverem lido o meu último artigo.
É em outubro, um mês depois, que as RP passam a fazer parte da minha vida de forma oficial, e a verdade é que, desde então, nunca mais as larguei, ou elas nunca mais me largaram a mim. Entrei no curso de Relações Públicas e Comunicação Empresarial, como sabem, e já há dois anos que as RP fazem parte do meu dia a dia, muitas vezes chegam a ocupar mais horas do meu dia do que as que gostava que ocupassem, mas costumo guiar-me pela ideia de que “quem corre por gosto não cansa” (ainda que eu odeie correr e costume cansar-me com facilidade. É que tal como a história, o atletismo também não é o meu forte).
Mas afinal o que é “isto” das Relações Públicas? Depois de tanto falar nelas, acho que chegou a altura de percebermos o que são realmente, para lá das experiências traumáticas que a elas associo. Esta é a altura em que exponho aquilo que tenho vindo a aprender, por isso, mais do que esclarecer-vos, espero não desiludir os professores que eventualmente possam vir a ler este artigo. Sem pressão.
O que são as Relações (menos) Públicas?
Uma das primeiras coisas que me ensinaram, e se há algo que levo deste curso, é que o conceito de Relações Públicas não é fácil de definir. De uma maneira simples, as Relações Públicas são o elo de ligação entre uma organização e o respetivo público, que permite uma troca de informação bidirecional, visando a criação de relações mutuamente benéficas, estáveis e duradouras, a médio e longo prazo. Deixo esta pequena debitação de matéria aos futuros estudantes de RP que possam andar por aí, tenho a certeza que em breve vos dará jeito.
Para os restantes, de uma maneira ainda mais simples, se imaginarmos Lisboa como a organização e a Margem Sul como os públicos, as Relações Públicas não serão nada mais nada menos do que a Ponte Vasco da Gama, que permite uma ligação entre os dois. Mas para dar resposta às diferentes expectativas e necessidades dos diferentes stakeholders da organização, as Relações Públicas também têm de assumir a forma de um veículo que viaja diariamente de um lado para o outro da ponte, só conseguindo assim atingir uma lógica de win-win, ou, analogicamente, uma viagem sem avarias.
Se imaginarmos Lisboa como a organização e a Margem Sul como os públicos, as Relações Públicas não serão nada mais nada menos do que a Ponte Vasco da Gama.
Na esperança de ter passado este teste de fogo (professores, o que dizem?), e por falar em viagens, perguntam-me muitas vezes qual será a minha próxima paragem depois de terminar o curso; se vou ficar-me pelas Relações Públicas ou se tenho outros planos. A verdade é que as Relações Públicas são uma área extremamente abrangente, e, por isso, dentro dela existem muitos caminhos diferentes a seguir. Ou seja, ainda tenho muito desta área por explorar, o que me irá sempre impedir de dar já uma resposta assertiva a esta pergunta; todos os meses descubro uma nova vertente pela qual me apaixono. Mas, como todos nós, tenho os meus sonhos, uns mais “fora da caixa” do que outros, aqueles que não sei se nunca passarão de sonhos, ou se poderão concretizar-se um dia.
Serão as Relações Públicas a minha última paragem?
Continuo a sonhar em ser veterinária ou astronauta, como pensei que seria há uns dez ou quinze anos atrás, mas esses são os sonhos que sei que nunca passarão disso. E sim, posso dizê-lo assertivamente, porque por mais abrangente que o meu curso seja, ainda não cobre a minha ida ao espaço. Ainda assim, não descarto a ideia de poder vir a gerir as redes sociais da NASA (quando vos disse que era ambiciosa, estava a falar a sério).
Depois existem os sonhos “fora da caixa”, que até poderão concretizar-se um dia. O meu está no ramo da moda, porque se há área que me fascina tanto ou mais que a área das Relações Públicas, é esta. Eu sei, plot twist… a não ser que já me sigam no Instagram. Descobri esta paixão há já alguns anos, precisamente através das redes sociais, que, como já vos disse, me fascinam imenso (daí não descartar a ideia da gestão de redes sociais da NASA). Mas como? -, perguntam-se vocês - ao acompanhar os famosos, isto é, os principais trendsetters? Não… a partir das fotos dos bailes de finalistas da minha cidade, que acompanhava todos os anos, religiosamente, como se de uma comentadora da Passadeira Vermelha no dia a seguir aos Globos de Ouro me tratasse. E a verdade é que, mais tarde, evoluí mesmo dos bailes de finalistas para os Globos de Ouro.
O meu (sonho) está no ramo da moda, porque se há área que me fascina tanto ou mais que a área das Relações Públicas, é esta.
Desde então, esta minha paixão só tem vindo a crescer. Adoro roupa, ler sobre moda, viajar pelo Pinterest, explorar as novas trends… Aliás, não me querendo gabar, sou conhecida pelos meus amigos como a fashion influencer do grupo (tomei a decisão certa quando, no artigo anterior, decidi não colocar “humilde” nos adjetivos que me caracterizam).
Desde que comecei a estudar Comunicação, percebi que poderia juntar o melhor dos dois mundos num só: Comunicação de Moda, que rapidamente pôs os meus sonhos de infância a um canto. A Comunicação de Moda passa essencialmente por criar e desenvolver a imagem de moda de uma marca: do catálogo ao cartaz, da embalagem ao site, do showroom ao evento de moda, todos os elementos se conjugam. Muito além da avaliação de outfits do baile de finalistas, portanto.
No entanto, da mesma forma que entrei neste curso ao acaso, nada me garante que a minha paragem final não seja algo que ainda nem sequer me tenha passado pela cabeça. Talvez as Relações Públicas não me larguem mesmo mais, talvez siga o meu sonho, ou talvez descubra sonhos novos. Ainda tenho uma longa viagem pela frente, mas se estiverem interessados em saber o seu destino final, sit back and enjoy the ride. E, acima de tudo, não se esqueçam…
Mantenham os olhos abertos. Até para a semana!
Francisca
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